História

Ver artigo principal: Radiodifusão
Nikola Tesla

Segundo alguns autores, a tecnologia de transmissão de som por ondas de rádio foi desenvolvida pelo italiano Guglielmo Marconi no fim do século XIX, mas a Suprema Corte dos Estados Unidos concedeu a Nikola Tesla o mérito da criação do rádio, no ano de 1943,[1] tendo em vista que Marconi usara 19 patentes de Tesla no seu projeto.[carece de fontes]

As descobertas que culminaram com essa invenção começaram em 1888, com Heinrich Hertz. Ele produziu e detectou ondas eletromagnéticas com frequência muito menor do que a da luz,[2] principal motivo para conseguirmos transmitir voz, músicas e até mesmo fotos sem precisar de fios. Foi em 1899 que o inventor Guglielmo Marconi, no Canal da Mancha, fez o primeiro sistema de telégrafos sem fios.[1]

Na mesma época, em 1893, no Brasil, o padre Roberto Landell de Moura também buscava resultados semelhantes, em experiências feitas em Porto Alegre, no bairro Medianeira, onde ficava sua paróquia. Ele fez as primeiras transmissões de rádio no mundo, entre a Medianeira e o morro Santa Teresa.[3] Os experimentos de Landell continuaram e obtiveram sucesso, sendo notícia na edição de 12 de outubro de 1902 no jornal New York Herald. No ano de 1901, Landell preconizava a utilização de ondas curtas para aumentar o alcance das transmissões. Foi ele que descobriu a serventia do arco voltaico para a transmissão de sinais de intensidade variada, o que criou os meios necessários para o desenvolvimento futuro do laser e da fibra ótica.[4]

As primeiras radio emissões

O início da história do rádio foi marcado pelas transmissões radiofônicas, sendo a transcepção utilizada quase na mesma época. Consideram, alguns, que a primeira transmissão radiofónica do mundo foi realizada em 1906, nos Estados Unidos por Lee de Forest experimentalmente para testar a válvula tríodo.

As primeiras transmissões para entretenimento regulares, começaram em 1920 na Argentina e nos Estados Unidos.[5]

No Brasil, inicialmente apenas militares poderiam ter aparelhos de rádio. A lei foi revogada por Francisco Sá,[6] e a primeira transmissão civil foi realizada no dia 6 de abril de 1919, a partir de um estúdio improvisado na Ponte d'Uchoa, no Recife, pela PRA 8, Rádio Clube de Pernambuco, tendo, à frente, o radiotelegrafista Antônio Joaquim Pereira. Sobre este fato, o Jornal do Recife (já extinto) noticiou, no dia 7 de abril de 1919:

Consoante convocação anterior, realizou-se ontem na Escola Superior de Electricidade, a fundação do Rádio Clube, sob os auspícios de uma plêiade de moços que se dedicam ao estudo da electricidade e da telegrafia sem fio. Ninguém desconhece a utilidade e proveito dessa agremiação, a primeira do gênero fundada no País.

Idealizada, construída, operada e direcionada para um grupo elitista, a emissora não teve muita repercussão, por não existirem receptores nas residências àquela época.

Em 7 de setembro de 1922, no centenário da Independência do Brasil, o presidente Epitácio Pessoa, acompanhado pelos reis da Bélgica, Alberto I e Isabel, abriu a Exposição Internacional do Centenário da Independência no Rio de Janeiro. O discurso de abertura de Epitácio Pessoa foi transmitido para receptores instalados em Niterói, Petrópolis e São Paulo, através de uma antena instalada no Corcovado.

No mesmo dia, à noite, a ópera O Guarani, de Carlos Gomes, foi transmitida do Teatro Municipal para alto-falantes instalados na exposição, assombrando a população ali presente. Era o começo da primeira estação de rádio do Brasil: a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro. Fundada por Edgar Roquette-Pinto, a emissora foi doada ao governo em 1936 e existe até hoje, mas com o nome de Rádio MEC.

Apesar dessa transmissão ser considerada pioneira no âmbito oficial, nesse período, a Rádio Clube, fundada por Augusto Pereira e Oscar Moreira, já realizava emissão radiofônica.[3] Além de ser a primeira estação radiofônica do Brasil, a Rádio Clube foi também uma das pioneiras no mundo. Sua transmissão tinha como abrangência, naquela época, o centro de Recife e alguns subúrbios próximos. Porém, ela não contava com uma programação definida, estruturada profissionalmente. Em abril de 1923, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro é inaugurada, sob a direção de Edgar Roquette Pinto, e é reconhecida como a primeira rádio do Brasil. Apesar da Rádio Sociedade possuir uma programação sólida e estruturada, a Rádio Clube de Pernambuco já operava com um transmissor de 10 watts nessa época.[5]

Referências

  1. Ir para:a b «História do Rádio – Espaço do Conhecimento UFMG». www.ufmg.br. Consultado em 17 de outubro de 2022
  2. Ronan, Colin (1987). História Ilustrada da Ciência. 4. Rio de Janeiro: Jorge Zahar. ISBN 85-85061-68-5
  3. Ir para:a b «Highfields Amateur Radio Club - Innovator Pages». Consultado em 17 de julho de 2014. Arquivado do original em 24 de julho de 2013
  4. Janes, Marcelus William (5 de setembro de 2007). «A contribuição da comunicação para a saúde: Estudo de comunicação de risco via rádio na Grande São Paulo». São Paulo. doi:10.11606/d.6.2007.tde-05102007-113609. Consultado em 27 de outubro de 2022
  5. Ir para:a b Diego M. Zigiotto (2008). Las mil y una curiosidades de Buenos Aires. [S.l.]: Grupo Norma. ISBN 978-987-545-483-5
  6. alaic.net - pdf
  7. Daniel Castro (9 de junho de 2014). «De manhã, rádio tem o dobro da audiência da TV aberta em SP». Noticiasdatv.uol.com.br. Consultado em 19 de junho de 2015

Anunciantes